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#BeInnovative: a Fornari Indústria aliou oportunidade à inovação e agora segue para os EUA
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Luciane Fornari é formada em educação física, pós-graduada em dança e passou parte da vida trabalhando em uma unidade da Sadia em Santa Catarina. Falando assim, fica difícil entender como ela se tornou presidente de uma empresa pioneira em uma técnica que aumentou a produtividade da indústria de frango no Brasil e que, muito em breve, chegará a outros países.

Mas tudo fica mais claro quando vemos essa história sobre o ponto de vista da inovação, um dos atributos trabalhados na campanha Be Brasil, que mostra o país como parceiro estratégico e sustentável no mundo dos negócios, e que está tão presente na trajetória da empresária.  

Luciane já havia largado as três profissões descritas acima para trabalhar na oficina mecânica da família. Foi ali, em 2005, que soube de uma oportunidade que vinha da indústria do frango, que buscava uma solução para a desinfecção de caminhões antes do acesso às granjas, um controle necessário por conta do surto de gripe aviária.

A empresária respirou fundo, chamou um encanador e desenhou uma alternativa eficaz para a questão dos caminhões. Nascia a Fornari Indústria, empresa especializada no desenvolvimento de equipamentos para o agronegócio. Na sequência, ela criou uma máquina ainda mais inovadora, destinada a desinfetar ovos férteis para produção de pintos. A patente foi registrada e investimentos foram feitos em design, hardware e software, um movimento que habilitou a companhia começar a exportar para os Estados Unidos.

Antes, porém, a empresa participou do segundo ciclo do projeto ICV Global, parceria entre a Apex-Brasil e o Centro de Estudos em Sustentabilidade (GVces) da Fundação Getulio Vargas (FGV) e que tem como meta fomentar a internacionalização de micro e pequenas empresas que se diferenciam por seus atributos de inovação e sustentabilidade.

O Blog da Apex-Brasil aproveitou um evento do ICV Global para trocar uma palavrinha com Luciane, que nos contou sua história e relatou a importância da inovação e do preparo que uma empresa tem que ter antes de começar a exportar. Confira! 

Sua empresa tem uma história pouco convencional. Pode nos explicar como tudo começou?

Sou professora de educação física, pós-graduada em dança, mas trabalhei na sadia por 9 anos, onde aprendi muito sobre o agronegócio. Meu marido tinha uma oficina mecânica com a família e eu estava lá ajudando no serviço. Até que, um dia, um agricultor chegou na oficina para fazer um portal de lavagem de caminhões, porque a União Europeia estava exigindo da Sadia alguns controles sanitários específicos. Pesquei o assunto e em seis meses estava com um projeto de um arco de desinfecção. Fiz tudo com um encanador que prestava serviço para a minha família. E, em 2008, fundei a Indústria Fornari. 

Vocês iniciaram a empresa com um grande senso de oportunidade inovação. Como foi isso?

Nossa tecnologia nasceu porque em 2008 o formol foi proibido no Brasil. Na época, a Fornari estava nascendo com outros produtos de combate à influenza. Um de tratamento de caminhões e outro para tratar a água dos animaizinhos. Esses dois produtos eram inovadores e chamaram a atenção de grandes empresas como a Sadia e Perdigão, que estavam buscando solução para a questão do uso do formol. Eles foram nossos co-criadores. Isso mostra bem uma característica do nosso portfólio, que é o de desenvolver produtos para atender demandas.

Essa máquina foi reconhecida amplamente no mercado, certo?

Sim! Essa máquina nos rendeu o maior prêmio de inovação no Brasil, o Prêmio Nacional de Inovação, da Confederação Nacional das Indústrias. Fomos reconhecidos pelo portfólio que nossa empresa apresenta no quesito sustentabilidade. Temos essa máquina de desinfecção e ovos que substitui o uso do formol. Com ela, aumentamos em 1% a quantidade de pintinhos em uma parte importante da cadeia produtiva do frango. Parece pouco, mas a indústria trabalha na casa dos bilhões. 

E como foi o desenvolvimento desse produto?

Foram quase dois anos de pesquisa com recursos próprios. Foram anos bem difíceis. Investimos mais de R$ 1 milhão para fazer o equipamento e, agora, para internacionalizar, fazer matrizes e fabricar em escala foram necessários mais R$ 1,2 milhão.

Agora vocês estão olhando para o mercado externo. Como o ICV Global ajudou a sua empresa?

O ICV ajudou ao nos fazer fechar a porta da nossa casa, ver o que estava acontecendo da porta para dentro e arrumar o que estava errado. Entendemos que não adianta ver o comércio exterior como uma oportunidade, mas sim como uma ação continuada. Para isso, é preciso ajustar a empresa. O ICV e a Apex-Brasil nos mostraram os gargalos e os pontos em que éramos fracos.

E que pontos eram esses?

Principalmente a questão de produção e entrega. Nós trabalhamos com uma máquina que é de ponta, alta tecnologia. Só que, para entregar dez máquinas, por exemplo, precisávamos de 45 dias. Quer dizer: se formos vender para os EUA, por exemplo, teríamos um tempo de entrega totalmente fora dos parâmetros internacionais.

E o que vocês fizeram?

Fomos orientados a contratar uma empresa de design e uma equipe de desenvolvimento de softwares para criar uma tecnologia própria e produzir matrizes. Só assim teríamos um escalonamento rápido dentro dos padrões do mercado. Como nosso produto é uma inovação, não podemos perder o timing. Então, tivemos que fazer todo um planejamento de médio e longo prazo. Outra coisa foi a questão da interculturalidade. Nós tivemos que entender que somos nós que estamos batendo na porta deles. Parece simples, mas é importante e complexa essa relação.

Vocês estão trabalhando de olho no mercado americano. Porque esse país?

Fomos alertados pela Apex-Brasil, que mostrou estudos que apontavam uma perda produtiva que os EUA tinham na cadeia do frango. Vimos que eles tinham uma produção de 10,5 bilhões de ovos e que 1,7 bilhão de pintinhos morriam por doenças. O preço do pintinho é de 0,11 centavos de dólar. Reverter o quadro de mortalidade era o mesmo que colocar no mercado US$ 300 milhões. Isso sem falar nos outros ganhos. Melhoraríamos a produtividade e resolveríamos o problema do formol, que nos EUA é proibido em vários estados.

E essa história de se internacionalizar?

É um desafio, um sonho que surgiu quando percebemos que temos uma inovação mundial e que não tínhamos como levar esse equipamento para fora. Aí entendemos que não era só uma questão de buscar mercados, mas colocar o pé no mercado, buscando parceiros para nos dar um escalonamento muito maior do que havíamos planejado. Agora, estamos com uma base de apoio da Apex-Brasil na Flórida, mas estamos mirando na Georgia, região mais ligada ao frango.     

Para finalizar, você é uma das poucas mulheres nesse setor de máquinas e equipamentos. Como é essa condição do dia a dia?    

É verdade! Nesse meio temos poucas mulheres atuando. É um desafio, mas no Brasil já percebi que é mais fácil que lá fora, como mercados americanos e mulçumanos. Nós mulheres temos que nos reinventar e ter paciência com as diferenças e não fazer julgamentos com outros povos. Mas em uma mesa de negócios temos que ser profissionais e muitas vezes estratégicas, usando homens para determinadas negociações. 

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Fonte: Blog da Apex-Brasil 02/10/2017. Disponível em: Blog Apex-Brasil

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