A prática de transportar mercadorias em contêineres, de forma e tamanho uniformes, revolucionou o comércio exterior. O processo de carga e descarga de mercadorias em navios, que antes levava cerca de dez dias, hoje pode ser realizado entre 24 e 48 horas, o que reduziu não só o tempo, mas também os custos de exportação.

O transporte de cargas mudou radicalmente a partir de 1950 com o fenômeno da “conteinerização”, que simplificou as operações e descongestionou os portos, antes lotados. Um dos principais diferenciais é a modalidade de carga, uma vez que os contêineres devem ser carregados no local de produção. Embora seja necessário preparar o espaço, não é preciso contratar terceiros para realizar esta tarefa, que pode ser executada pelos próprios funcionários.

Além disso, devido ao seu formato, o uso do contêiner impede que as cargas sejam manipuladas por operários não autorizados em todas as etapas do processo, quando antes era necessário supervisionar a transferência da mercadoria. Guindastes e navios especialmente projetados para esta finalidade reduziram significativamente os gastos com logística.

A conteinerização representa também um grande desafio para os exportadores. Como explica o capitão James McNamara, ex-presidente da Agência Nacional de Carregamento dos Estados Unidos, “a pessoa-chave é quem faz o envio e/ou a pessoa responsável por carregar o contêiner”. Antes isso era feito pelos estivadores, e agora são os próprios exportadores que devem saber como cuidar dos seus produtos durante o envio.

Abaixo, damos algumas dicas importantes para a escolha do tipo de contêiner de acordo com o que será transportado e as etapas a serem consideradas durante o seu planejamento.

Tipos de contêiner

• De uso geral: são os mais comuns e com os quais as pessoas estão mais familiarizadas. São completamente fechados e são acessados por meio de uma abertura em uma das extremidades. Servem tanto para substâncias líquidas quanto sólidas.
• Refrigerados: são projetados para transportar produtos que requerem cadeia de frio.
• De carga seca: são para transportar produtos em pó e grãos.
• Abertos: podem ser abertos na parte superior ou na lateral e são próprios para armazenar peças pesadas ou com dimensões especiais.
• Carga líquida: são ideais para transportar líquidos a granel (vinhos, óleos, detergentes, etc.).
• Com cabides: são projetados para transportar roupas penduradas.

Fases da carga

• Verificação do contêiner vazio: recomenda-se examinar cuidadosamente a condição física do contêiner, dando especial atenção a fatores como reparações, impermeabilização e limpeza. Deve-se verificar se não existem buracos e etiquetas de transportes anteriores que possam causar confusão.
• Processo de carregamento: aqui o mais importante é a organização prévia. O peso deve ser distribuído igualmente ao longo de todo o piso do contêiner sem deixar partes vazias, uma vez que certas mercadorias podem se movimentar durante o transporte e danificar os outros. O planejamento é especialmente importante quando são transportadas mercadorias com características diferentes. É aconselhável não embalar mercadorias úmidas com secas, não misturar produtos em pó com mercadorias sensíveis a pó e não colocar pacotes sobre outros mais leves.
• Verificação do contêiner cheio: deve-se ter presente a necessidade de colocar a lista dos itens embalados em um lugar visível e que rótulos e cartazes de risco, se necessário, tenham sido colocados.