Ainda não chegou o ano de 2018, ano em que decorria esse popular filme estreado em finais dos anos 80. Seu protagonista, Robocop, havia sido criado para proteger a paz mundial, num futuro que já não é tão distante assim. Mas a robótica avançou muito desde então, tanto que já é possível vislumbrar suas aplicações na gestão das Pequenas e Médias Empresas (PME).

“Os empresários muitas vezes se preocupam com a necessidade de inovação dos produtos, quando o que há que inovar com a robótica são os modelos de negócio para providenciar mais serviços e chegar a todos os clientes possíveis. A adoção dessas tecnologias é chave para que uma empresa seja sustentável e permaneça no mercado”, diz Sergio Sánchez Díaz, especialista espanhol em estratégias para PME em novos ambientes, consultado pela ConnectAmericas.

Alguns consultores dizem que os robots entrarão para a era moderna com a mesma força com que a máquina de vapor entrou na época pré-industrial. Nanotecnologias, inteligência artificial, drones e impressoras 3D modificaram a sociedade em todas as suas dimensões, e particularmente no âmbito laboral.

O banco americano Merril Lynch calcula que o valor de mercado da robótica alcançará 142.000 milhões de euros em 2020, sendo atualmente de 32.000 milhões. Os gigantes no negócio da eletrônica, Alibaba, Google e Ebay são quem já está impulsionando esses modelos de negócio. Nos armazéns de Amazon, por exemplo, milhares de empregados anônimos trabalham: os Kiva, são pequenos autômatos laranja que trabalham por entre estantes, e recolhem e transportam produtos a empregados que se encarregam de embalá-los.

Os robots estão chegando para as PME como uma nova ferramenta de otimização da produção. Como em toda a curva de adoção de novas tecnologias, a indústria está baixando preços e se adaptando para as necessidades de pequenas empresas. Ainda é cara, mas pouco a pouco se tornará acessível para a maior parte do tecido empresarial.

Sánchez Díaz considera que as PME que têm algum processo de fabrico, ou de transformação de uma matéria prima em um produto, vão ser as primeiras a introduzir robots em seus processos. Aqueles que trabalham com suas próprias matrizes, por exemplo, poderão gerar câmbios e novos produtos de uma forma mais rápida e econômica que atualmente.

Os robots que cedo se juntaram a processos logísticos para poder chegar a seus clientes mais rápido, aumentaram suas vendas.  “A chave da robótica para a gestão empresarial é a antecipação para o que vai suceder; estamos passando de uma sociedade consultiva a uma outra, em que os clientes já têm a informação, e há que antecipar vendas que são previsíveis”, adianta o especialista espanhol.

O fator humano

Novos empregos surgiram graças para a inovação tecnológica. As profissões que serão mais conceituadas no futuro serão aquelas conectadas com programadores informáticos; profissionais de marketing e comunicação; postos de trabalho relacionados com desenho virtual e criatividade digital, estratégia e gestão de negócio, segundo o jornal do Futuro do Trabalho, pela consultora Adecco.

“O fator humano continua sendo primordial no desenho de produto, também para entender como melhor mecanizá-lo. Já tem robótica se adaptando para PME, o importante é que quem a utilize seja criativo”, afirma Sánchez Díaz.

O campo onde se supõe que a automação possa avançar mais nos próximos anos será o de serviços, especialmente em ocupações que contemplem tarefas repetitivas, como de operadores telefônicos, caixeiros de supermercado, trabalhos em áreas administrativas e tudo o que tenha que ver com transporte e logística.